Recebo diariamente perguntas dos familiares e acompanhantes dos pacientes sobre como eles podem ajudar no tratamento de seus entes queridos. Abaixo eu listo algumas atitudes que auxiliam o paciente e que aumentam a eficácia dos tratamentos.
1- Acredite nos sintomas do paciente, que realmente sente tontura/zumbido, não é simulação ou fingimento. Pode até ter causa emocional e não física, mas realmente está sofrendo com a doença.
2- Ajude no que o paciente não consegue fazer, mas APENAS nisso e no menor período possível. Seja um apoio do paciente, mas não o substitua nos cuidados pessoais e nas suas atividades individuais. Não estimule que fique parado na cama ou dependente de outras pessoas, mesmo que seja você. Não deixe que o paciente pare de fazer as atividades que ele gosta e que lhe dão prazer.
3-Cuidado com a saúde mental do paciente e da família. Não deixe que a doença controle a dinâmica familiar. Uma ajuda profissional é muito bem-vinda nessa hora, principalmente para entender o que é doença e o que é ganho secundário do paciente. Em geral, isso é inconsciente, ou seja, não é percebido pelo paciente, mas é mais fácil de ver pra quem está de fora. Isso será adequadamente trabalhado na psicoterapia.
4-Não tenha receio de ir à consulta e de perguntar todas (todas mesmo!) as suas dúvidas. A consulta também envolve a família.
4- Estimule a autonomia do paciente. Este é o ponto mais importante. À medida que o paciente for melhorando, comemore e mostre todas as conquistas. Estimule que mantenha as atividades terapêuticas (fisioterapia, reabilitação vestibular, psicoterapia, aparelho auditivo etc) e que retorne às suas atividades habituais, como limpeza e organização da casa, trabalhos manuais, atividades físicas, atividades recreativas etc. Esse retorno deve ser gradual, com complexidade crescente, mostrando ao paciente as conquistas que ele está fazendo e o quanto ele está melhorando.
5- Cuide do ambiente para evitar quedas e acidentes. Por exemplo, deixe o local bem iluminado, retire tapetes e qualquer outra coisa em que o paciente possa tropeçar, seque bem o chão antes do paciente passar, deixe locais para o paciente se apoiar, como corrimões bem fixados.
6-Estimule que o paciente mantenha o tratamento. Em geral, são tratamentos longos e, por isso, os pacientes tendem a desanimar em algum momento. Mostre como está melhorando, como é importante continuar e ofereça ajuda no que precisar.
Dra Kênia Chaves
Médica Otorrinolaringologista
CRMMG52018
RQE 33072